O Metro Mondego já terá custado, em 30 anos, pelo menos 327 milhões de euros, calcula a “Lusa”. O projecto em curso custará mais do dobro do inicialmente previsto.
Foi em Março de 1994 que o Governo liderado por Cavaco Silva lançou o projecto do Metro Mondego, na altura um metro de superfície para substituir o serviço ferroviário no Ramal da Lousã, unindo Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo.
Os comboios deixaram de circular em Janeiro de 2010, mas em Novembro desse mesmo ano as obras foram suspensas, por alegada falta de capacidade financeira do Governo, numa altura de crise financeira. No entretanto, foram gastos 104 milhões de euros.
Na altura, a Metro Mondego esteve para ser extinta, mas a empresa manteve-se com uma estrutura residual. Entre 2011 e 2023, de acordo com relatórios e contas da Metro Mondego, foram consumidos quase dez milhões de euros em salários, estudos e outros gastos operacionais e administrativos.
Em 2017, o Governo de António Costa abandonou em definitivo o projecto inicial e anunciou uma solução de “metrobus”, trocando o metro ligeiro por autocarros em canal dedicado. Para estar pronta no ano seguinte.
A verdade é que o sistema só deverá ficar concluído no final de 2025, e dos 90 milhões de euros previstos inicialmente deverá chegar-se aos 200 milhões, dos quais 117 milhões de euros em infra-estruturas de base, 34 milhões em autocarros eléctricos e 15 milhões «noutras componentes, como as oficinas ou a bilhética, segundo fonte oficial da empresa adiantou à “Lusa”.
Acrescem à conta total 12,9 milhões de euros em 14 anos de serviços rodoviários alternativos ao comboio do Ranal da Lousã.
Contas feitas, em 30 anos, e segundo os relatórios e contas da própria Metro Mondego, a auditoria do Tribunal de Contas ao projecto em 2011 e informações prestadas pelas entidades responsáveis à “Lusa”, o empreendimento deverá custar pelo menos 327 milhões de euros.
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