O Brasil está interessado em exportar soja, milho e outros produtos através do porto peruano de Chancay, controlado pela China, disse o ministro da Economia peruano, José Arista, na quinta-feira, segundo a agência de notícias estatal Andina.
A ministra do Planejamento do Brasil, Simone Tebet, visitou o porto, ainda em construção, no início desta semana e conversou com a Arista sobre a possibilidade de utilizá-lo como rota de exportação, informou a Andina.
Ofereceria aos exportadores brasileiros a oportunidade de enviar mercadorias por caminhão ao porto peruano para embarque na Ásia através do Oceano Pacífico, reduzindo o tempo de trânsito em cerca de duas semanas.
O transporte marítimo a partir do porto constitui uma alternativa ao Canal do Panamá, onde os navios enfrentam atrasos e congestionamentos devido ao impacto das condições climáticas secas nos níveis de água do canal.
O terminal peruano, o primeiro sob controlo de Pequim na América do Sul, servirá também como uma porta de entrada crucial da China para a região.
Arista disse que Tebet planeja falar com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva sobre o potencial do porto para o Brasil e espera marcar uma visita de Lula para se encontrar com a presidente peruana Dina Boluarte sobre como permitir a integração entre os dois países através do porto.
Os ministérios da agricultura e do planejamento do Brasil não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
O Ministério do Planejamento do Brasil disse na segunda-feira, em comunicado antes da visita de Tebet, que o porto de Chancay faz parte de um programa que seu governo vem desenvolvendo para melhorar a integração logística com países da América do Sul.
O terminal portuário, que custa inicialmente US$ 1,3 bilhão, está 70% concluído, informou a Andina. O proprietário majoritário Cosco Shipping Ports 1199.HK disse que o porto deverá ser inaugurado no final deste ano.
O porto será inaugurado com quatro docas, mas poderá expandir para até 15, disse Andina.
Arista confirmou quinta-feira que o governo de Lima pretende criar uma zona econômica especial no norte da capital para desenvolver Chancay, além de criar uma sede alfandegária no porto.
(Reuters – Reportagem de Marco Aquino; reportagem adicional de Andre Romani em São Paulo; edição de Anthony Esposito, Jan Harvey e Jamie Freed)
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